Eduardo Kobra e o dia em que a arte encontra a moda. É assim que a atual Miss Brasil

Mia Mamede, entra para a história do concurso mais icônico de beleza, após ter representado o País no Miss Universo Brasil deste ano. O feito acontece graças à genialidade do renomado muralista Eduardo Kobra, que transformou um vestido de gala em obra de arte legítima que exalta as mulheres e a diversidade. Tudo isso para que Mia possa coroar a próxima Miss, eleita na noite de hoje, de 8 de julho, em cerimônia realizada em São Paulo e que será transmitida pela web.

Kobra aceitou o desafio e criou a peça com seu traço inconfundível, presente em murais gigantes de grandes metrópoles mundiais como São Paulo, Rio de Janeiro, Londres, Nova York Amsterdã, Moscou e Tóquio.

Em uma “tela branca” em formato de vestido, criado pelo estilista Bruno Oliveira, o muralista retrata a diversidade étnica com uma mulher preta e outra representante dos povos originários (frente e verso da peça). “A ideia surgiu da minha admiração pelo Kobra e pela conexão que temos por meio da sustentabilidade. Ele topou na hora, tamanha sua generosidade e entendimento sobre a importância feminina na sociedade. Contamos, no vestido, o que tenho perpetuado em meu reinado: a consciência de que estamos muito além da beleza física. Estou ansiosa para ver como o público vai reagir”, diz Mia sobre a parceria com o reconhecido artista.

“Existem muitas formas de beleza que devem ser destacadas e percebidas. A beleza é diversa! Também é importante ressaltar, sempre, que a beleza se perde se não é acompanhada por boas ações e pelo respeito à diversidade que existe em nosso País e em nosso planeta”, diz Eduardo Kobra.

O vestido-obra de arte foi intitulado MISSionária e faz da comunicadora capixaba uma terceira personagem na soma das diferenças. A Miss Brasil passa a faixa e a coroa utilizando o momento para deixar uma poderosa mensagem. “Com a representação das três mulheres de etnias diferentes, temos a força de uma MISSionária, trazendo o entendimento de que nós, mulheres do século 21, temos espaço e local de fala, graças à força e à luta de mulheres de gerações anteriores que buscaram bravamente por esse direito”, pontua a Miss Brasil.

             “O Brasil é um País continental, de norte a sul, de leste a oeste, constituído por imigrantes de diversas culturas, crenças, costumes, raças e, assim como nosso país, que abriga tanta diversidade, a experiência de viver em diferentes países e com culturas distintas, me torna de fato uma mulher com uma mistura do mundo, como as mulheres do Brasil. Sinto-me capaz de conectar-me e representar todas estas diferenças para continuar lutando, porque somente por meio do nosso conhecimento e respeito conseguiremos, juntos, combater as desigualdades”, afirma Mia Mamade.

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Depois de usadas por Mia no momento da consagração da próxima MISSionária na noite do concurso, a peça será doada ao Instituto Kobra para ficar à disposição de ações sociais.

Nova Miss Brasil ganha obra de Eduardo Kobra no corpo

FICHA TÉCNICA:
Título da obra: 
MISSionária

Desenho, Arte e Pintura: Eduardo Kobra

Conceito: Eduardo Kobra e Mia Mamede

Estilista: Bruno Oliveira

Fotógrafo: Renam Cristofoletti

Assistente de Fotografia: Edu Malta

Maquiagem: Biel Arcanjo

Cabelo: Florence Hair

 

Curta! homenageia Zé Celso neste domingo

O diretor, ator e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, falecido nesta quinta-feira, 6 de julho, aos 86 anos, é homenageado pelo Canal Curta! e pelo streaming Curta!On – Clube de Documentários com exibições de produções que mostram sua imensa contribuição para as artes cênicas no Brasil. Domingo, dia 9, às 22h30, no Curta! haverá uma exibição especial do episódio inédito dedicado ao Teatro Oficina da série “Companhias do Teatro Brasileiro” – que estreia em 25 de julho. “Evoé – Retrato de Um Antropófago”, que integra a série “Iconoclássicos” e terá reapresentações até segunda-feira, dia 10. No Curta!On – Clube de Documentários, está disponível gratuitamente o episódio “Vitais Alegorias: Oswald de Andrade e ‘O Rei da Vela'”, da série “Caixas Mágicas“.

“Teatro Oficina”, episódio inédito de “Companhias do Teatro Brasileiro”, traz entrevistas com vários artistas que construíram a história do Oficina. Além de Zé Celso, há depoimentos das atrizes Ítala Nandi, Kate Hansen, Miriam Mehler, Analu Prestes e Etty Fraser, do cenógrafo Hélio Eichbauer e dos cofundadores do grupo, Amir Haddad e Renato Borghi. Eles narram curiosidades como a reação inicial de Zé Celso à obra “O Rei da Vela”, que viria a ser um de seus grandes sucessos. O diretor simplesmente não se animou com o texto de Oswald de Andrade. Coube a Renato Borghi mudar sua opinião, lendo todas as falas de todos os personagens em qualquer lugar que estivesse com Zé Celso.

Outro acontecimento marcante mostrado no episódio é o incêndio que destruiu a sede do Teatro Oficina, em 1966, causado por paramilitares. Zé Celso se vestiu “elegantemente” e visitou os escombros, afirmando que o teatro iria renascer melhorado e mais grandioso. Enquanto muitos de seus colegas choravam, ele fazia planos e dava declarações otimistas. A partir daí, o grupo se mobilizou e arrecadou fundos através de remontagens de peças antigas para construir uma nova casa de espetáculos.

Roberto Bomtempo, diretor da série “Companhias do Teatro Brasileiro”, expressou sua admiração por Zé Celso: “Não poderíamos ter feito uma série de teatro sem contar com um episódio sobre o Oficina e ter conversado com Zé Celso. Ele era um dos mestres maiores. Com ele aprendemos a arrebentar as barreiras. Era o teatro em sua amplitude. Jamais existirá outro igual. A festa lá em cima vai ficar bem mais animada”.

 

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