MPF pede investigação de possível crime de violência política de gênero contra Esther

Política crítica,

MPF pede investigação de possível crime de violência política de gênero contra Esther

30 de outubro de 2023

O Ministério Público Federal (MPF) decidiu por não arquivar o caso de possível crime de violência política de gênero praticada pelo presidente da Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste, Paulo Monaro (MDB), contra a vereadora Esther Moraes (PL).

A subprocuradora LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN afirmou, na decisão de 25/10, que há a necessidade de diligências com o objetivo de melhor esclarecimento dos fatos e que o arquivamento do processo no atual estágio de investigação ainda é prematuro.

No ocorrido, Esther usava a palavra e se posicionou contrariamente à ações praticadas pela mesa diretora, presidida por Monaro. O presidente não gostou da fala de Esther e, sem embasamento legal, cortou a fala de Esther, apenas por não ter concordado com a fala da vereadora. No vídeo da sessão daquele dia é possível ver até o vereador Celso Ávila (PV) tentando conter o “desequilíbrio” de Monaro. Relembre o caso aqui.

O caso foi denunciado aos órgãos competentes não só por Esther, mas também pela Senadora Zenaide Maia (PHS-RS) e pelas deputadas do PT Ana Perugini e Professora Bebel. 

O NM solicitou um posicionamento da presidência, através da assessoria de imprensa oficial da Câmara e recebeu o seguinte posicionamento:

“A Câmara não foi notificada ainda sobre o caso do corte de microfone da vereadora Esther. Qualquer manifestação somente poderá ser feita após a notificação.”

LEIA TAMBÉM: Comissão segue TCE e orienta pela rejeição das contas de Denis Andia na Câmara

A vereadora Esther também se posicionou:

“Considero a decisão da segunda Câmara do Ministério Público Federal correta e uma vitória na luta pelo fim da violência política de gênero.

Nos foi devolvido o direito de realizar as diligências necessárias para que o episódio seja devidamente investigado. Com o arquivamento anterior essa possibilidade era inexistente.

Nosso mandato foi silenciado e ameaçado, inclusive sobre ser levado à Comissão de Ética caso me dirigisse ao Presidente Paulo Monaro.

E ainda, quando tive minha fala “devolvida” na ocasião, foi em respeito a outro homem, não ao meu direito.

Há muito tempo tivemos uma cultura de violência e silenciamento das mulheres na política, este é o momento de mostrar que essa cultura na verdade é crime, e não pode mais se perpetuar”. 

monaro-ester-senadora

MPF pede investigação de possível crime de violência política de gênero contra vereadora Esther

PARTICIPE DO GRUPO DO NOVO MOMENTO NO WHATSAPP

Gostou? Compartilhe!