Mesas e cadeiras na sala de jantar: como harmonizar esses itens indispensáveis 

Diferentes formatos, materiais e texturas podem gerar combinações das mais clássicas às mais modernas e deixar o ambiente personalizado

Sala de jantar: harmonizar mesas e cadeiras garante personalidade

Quando o clássico encontra o contemporâneo, a mesa com tampo de vidro recebeu um toque moderno ao ser rodeada por cadeiras em aço cromado e faixas de couro neste projeto assinado pelo arquiteto Gabriel Mazorra | Foto: Sébastien Abramin

A sala de jantar é um espaço de valor afetivo nas casas, onde acontecem reuniões cotidianas e especiais com a família e os amigos a fim de compartilhar refeições e momentos significativos. Além disso, é um ambiente que também reflete o estilo pessoal dos moradores e proporciona conforto aos convidados não somente pela troca de conversas, emoções e alimentos, mas ainda por meio dos móveis. Nesse sentido, a escolha e a combinação adequada entre mesas e cadeiras desempenham um papel fundamental na criação de uma atmosfera acolhedora e convidativa.

Ao projetar uma sala de jantar, a versatilidade dos formatos e tamanhos de mesas e cadeiras são considerações essenciais. Essa flexibilidade permite direcionar o design de acordo com as preferências pessoais bem como encontrar os itens que se adequam às metragens do recinto.

Para o arquiteto Gabriel Mazorra, a frente do Mazorra Studio, vale ressaltar também que a escolha da mesa ditará a escolha das cadeiras e vice e versa. “Essa etapa direciona a seleção das cadeiras, pois o modelo da mesa pode exigir um tipo específico de assento que harmonize com sua proposta estética, por exemplo.”

Senac Americana- 40 bolsas grátis área de eventos

Em casos de mesas arrojadas, modernas é importante considerar a seleção de poltronas que estejam à altura desse estilo. Linhas elegantes, curvas suaves, encostos com estruturas finas e braços complementam o visual, especialmente se revestidas com tecidos de alta qualidade, elevando o conforto e a sofisticação do ambiente.

A célebre mesa retangular em madeira, juntamente com as mesas revestidas em fibra natural de taboa, eleva a sensação de aconchego e casa muito bem com a fantástica parede de tijolinhos em uma paginação bastante original | Foto: Sidney Doll

Por outro lado, se a mesa de jantar possui um design mais tradicional, com linhas retas e acabamentos clássicos, é interessante buscar cadeiras que sigam essa mesma linha estética. Mesas retangulares e quadradas, encontradas em diferentes materiais e formatos, com pés centrais ou nas quinas, tendem a ter uma aparência mais clássica, oferecendo uma variedade maior de combinações. Priorizar por estrutura de madeira maciça e estofamento em tons neutros pode criar uma atmosfera acolhedora e elegante, além de ser uma excelente escolha para quem valoriza a durabilidade e a atemporalidade do mobiliário.

De outra forma, mesas de pedra conferem um ar requintado ao espaço. Elas funcionam melhor com poltronas robustas e imponentes. Já a escolha das cadeiras, novamente, depende do design principal. Por exemplo, se a mesa de pedra possuir um formato elíptico com um pé central, que transmite leveza, é interessante optar por cadeiras que acompanhem essa proposta. Cadeiras com design curvado e palhinha são leves, ao mesmo tempo que trazem o aconchego da madeira, criando um contraponto interessante com o requinte da pedra.

A ergonomia é mais um fator crucial nesse assunto. Como diz o ditado: nem tudo que reluz é ouro. Designs belíssimos podem vir acompanhados de desconforto. É fundamental garantir que as cadeiras ofereçam comodidade ao longo de tempos prolongados de refeições, conversas.

Além disso, é importante considerar o espaço disponível na sala de jantar para que as cadeiras sejam dispostas de forma harmoniosa ao redor da mesa, permitindo que os convidados se movimentem com facilidade.

Os números são importantes

O visual logo chama a atenção, porém, considerar o tamanho da mesa e das cadeiras em relação ao espaço disponível e à quantidade de pessoas que deseja acomodar faz-se imprescindível. Por via de regra, é recomendado um mínimo de 60cm de largura para cada pessoa. A título de exemplo, uma mesa retangular de 1,80m de comprimento pode acomodar três pessoas de cada lado, mas não será tão confortável às pessoas sentadas nas pontas. Para acomodar oito pessoas, uma mesa retangular de 2,20m a 2,40m é a opção mais adequada.

Formas quadradas, redondas ou até mesmo orgânicas e triangulares oferecem uma dinâmica interessante ao espaço. As mesas quadradas costumam funcionar bem com medidas próximas a 1,40m de lado, acomodando oito pessoas tranquilamente. “Mesas redondas, grandes podem receber um número maior de pessoas. Entretanto, vale lembrar que o centro da mesa pode ficar distante para algumas pessoas, afetando um pouco a interação. Mesas com formatos mais incomuns, como triangulares ou orgânicas, podem criar uma atmosfera diferenciada e promover interações mais íntimas”, aponta Gabriel Mazorra.

Cadeiras estofadas proporcionam um maior conforto durante as refeições prolongadas, enquanto cadeiras com estrutura de madeira trazem um toque acolhedor ao ambiente. Também é possível explorar designs mais arrojados, como cadeiras com estruturas finas, estofados diferenciados e detalhes nos braços, criando contrapontos interessantes com o design da mesa | Foto: Sébastien Abramin

O design da mesa em si também influencia na dinâmica do local. Uma mesa redonda ajuda na criação de um ambiente mais democrático, onde todos estão em um mesmo nível de interação. Ao posicioná-la próxima à janela, é interessante colocá-la perpendicularmente para garantir boa iluminação e evitar que alguém fique de costas para a luz. Mesas retangulares posicionadas dessa forma permitem que metade das pessoas aproveite a vista, criando uma dinâmica agradável no ambiente.

Se o problema for espaço, a criatividade vem à tona! A península integrada ao rack da TV também estruturou a mesa de jantar compacta neste apartamento | Foto: Sidney Doll

Solução criativa

O canto alemão tem ganhado cada vez mais protagonismo em casas e apartamentos, principalmente em imóveis pequenos, onde a otimização dos espaços é peça fundamental para criar projetos funcionais sem deixar o conforto e a beleza de lado.

Como o nome sugere, esta opção para mesa de jantar surgiu na Alemanha, dentro de locais comerciais, como cafés, bares e restaurantes, justamente para poupar os espaços, aumentando a região de circulação das pessoas e acomodando os clientes sem apertos. Não demorou muito para a ideia se espalhar para outros países e virar uma solução residencial.

“Me lembro bastante de ver o canto alemão nas casas das pessoas e depois caiu um pouco em desuso. Mais recentemente, tem sido uma solução retomada até por empresas especializadas nesse tipo de execução de marcenaria”, avalia Mazorra.

O estilo mais tradicional de usar essa mesa de jantar é no formato em “L”, ou seja, de canto, onde um banco estofado é posicionado bem próximo à parede, dando uma pequena volta formando o “L”, enquanto cadeiras ficam do lado oposto. Uma outra vantagem é que o banco pode ser também montado como um baú para guardar itens que não são acessados frequentemente.

Há a possibilidade de instalação em um modelo reto, sem a criação de um canto. Além disso, a mesa tradicional retangular pode dar lugar a uma mesa redonda, elíptica, quadrada. O conceito vai depender das definições do planejamento.

Ademais, quando se quer um estilo ainda mais informal e inventivo, basta trocar o banco por um sofá e optar por uma mesa redonda ou triangular.

Dentro de um espaço limitado, o canto alemão foi a solução certeira para delimitar sala de TV e sala de jantar, proporcionando uma área confortável para refeições e reuniões sem atrapalhar o fluxo dos moradores e visitantes. A mesa com pontas arredondadas e afinadas, juntamente das cadeiras em formato de poltrona, garantem originalidade ao projeto | Foto: Sébastien Abramin

Outro privilégio do canto alemão é a distância encurtada para o fluxo do pessoal. Visto que, em geral, para uma mesa retangular, a distância é de 70 cm para ter espaço suficiente de passagem e afastamento da cadeira para trás, com o canto alemão é realizável uma distância de 40, 50 cm da mesa para a parede.

No entanto, o arquiteto Gabriel Mazorra faz algumas ressalvas ao design. “Você perde, nessa troca por espaço, o conforto. Em um canto alemão, sempre terá uma ou duas pessoas que ficarão ‘travadas’ nos assentos. Uma pessoa não vai poder, simplesmente, a qualquer momento, levantar e sair para ir ao banheiro. Precisará pedir licença para os outros.”

Sobre o Mazorra Studio

Gerenciado pelo arquiteto Gabriel Mazorra, desenvolve projetos e executa obras de arquitetura de interiores, edificação e paisagismo nos segmentos residencial, comercial e corporativo.

É formado arquiteto urbanista pela Universidade Mackenzie em 2004 e pós-graduado pela FGV em 2012 no MBA em Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil. Atua em escritório próprio desde 2006, após ter acumulado experiência profissional com arquitetos renomados das áreas de arquitetura, paisagismo e interiores residenciais e corporativos desde 2002. Tomou a frente no desenvolvimento de projetos 3D com a tecnologia BIM já a partir de 2009, quando este método de construção virtual ainda estava longe de suplantar a tecnologia CAD.

Eternamente aprendendo a ler pessoas, atua em uma vasta gama de projetos de reforma e construção, aceitando o desafio de autoconhecimento e amadurecimento de linguagem arquitetônica própria.

PARTICIPE DO GRUPO DO NOVO MOMENTO NO WHATSAPP