da BBC.Brasil- A política conservadora Sanae Takaichi, do Partido Liberal Democrático (PLD), foi eleita nesta terça-feira (21/10) primeira‑ministra do Japão, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo na história do país.
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Takaichi, de 64 anos, obteve 237 votos na Câmara Baixa e 125 votos na Câmara Alta — uma maioria simples em ambas as casas.
Ela havia entrado na disputa com uma base parlamentar fragilizada. O PLD detém 196 das 465 cadeiras na Câmara dos Deputados e, sem o apoio do aliado histórico Komeito (24 cadeiras), não alcançaria os 233 votos necessários.
Por outro lado, a oposição também não possuía maioria. O maior partido opositor, o Partido Democrático Constitucional (PDC), conta com 148 cadeiras e não conseguiu fechar candidatura única com outras siglas.
Na segunda-feira (20/10), uma reviravolta acabou fazendo a balança pender novamente a favor de Takaichi: o Partido da Inovação (Ishin), com seus 35 assentos, decidiu integrar a coalizão do PLD, segundo noticiou a agência Reuters.
Takaichi — a quarta pessoa a ocupar o cargo de primeiro-ministro do Japão em cinco anos — chega ao poder em um momento em que o PLD se vê imerso em escândalos políticos e enfrenta baixa confiança pública.
Sanae Takaichi deve anunciar em breve um novo gabinete
Os membros seguirão para o palácio imperial de Tóquio para uma cerimônia de posse e realizarão sua primeira reunião de gabinete.
No início deste mês, o presidente dos EUA, Donald Trump, parabenizou Takaichi por sua vitória na corrida pela liderança do PLD, dizendo se tratar de “uma tremenda notícia”.
Trump disse que Takaichi é uma “pessoa altamente respeitada, de grande sabedoria e força”. Em resposta, Takaichi postou que estava “muito satisfeita” com a mensagem do líder americano, dizendo que esperava “trabalhar em conjunto [com ele] para tornar nossa aliança ainda mais forte e próspera”.
Takaichi se posicionou até agora como uma parceira confiável para os EUA — afirmando no início deste mês que planejava honrar um acordo de investimento com Trump — um sinal de que planeja manter a estabilidade nos laços bilaterais.