Parkinson- Nesta terça-feira (19), o deputado estadual Eduardo Suplicy

revelou que faz tratamento com cannabis medicinal por conta de um diagnóstico da doença, recebido no final do ano passado. Segundo o parlamentar, a doença está em estágio inicial, com sintomas leves. Ele, que importou o medicamento no início do ano, defende que a distribuição seja regulamentada no Brasil, de forma a ampliar o acesso a pacientes que não possuem condições de importar o produto.

Aumento das importações e regulamentação no Brasil

A importação cresceu 93% nos últimos 12 meses, de acordo com dados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O uso terapêutico da cannabis medicinal tem sido indicado para diversas condições, como ansiedade, dor crônica e insônia, por exemplo. Em uma de suas falas, o deputado defendeu o avanço em leis para possibilitar a produção nacional e facilitar a comercialização da planta.

Com Parkinson, Suplicy faz tratamento com cannabis medicinal

De acordo com Joaquim Castro, fundador da Gravital, primeira clínica especializada em tratamento com cannabis medicinal no Brasil, o aumento das importações confirma que o uso da planta tem ajudado milhares de pessoas a ter uma mudança de vida no que diz respeito à melhora significativa da saúde. “A grande revolução no acesso ao medicamento no Brasil será quando o país deixar de classificar os derivados de cannabis, prioritariamente o canabidiol, como uma substância controlada. Isso colocará o produto ao acesso mais fácil da população, como é em uma dezena de países, quase todos os europeus e também nos Estados Unidos”, afirma ele.

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Benefícios no tratamento de Parkinson

Especificamente no caso desta Doença, a cannabis medicinal tem protagonizado ótimos resultados e trazido alívio a pacientes e familiares. Trata-se de uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. Apesar de ser incurável, as pesquisas acerca do tratamento do Parkinson têm evoluído bastante nos últimos anos, no sentido de buscar formas de proporcionar maior qualidade de vida aos portadores. De acordo com o neurologista Lucas Cury, médico da Gravital, o canabidiol consegue trazer melhora em sintomas como insônia, dor e depressão, que são bem comuns em pacientes com a doença. “Já o THC melhora o tremor e a rigidez, ou seja, outros ganhos que o canabidiol propriamente não consegue. Então, a mescla dos dois é mais interessante e temos uma resposta melhor. Além disso, a cannabis tem uma ação anti-inflamatória bem relevante”, explica o médico.

 

 

Nem todo tremor é doença de Parkinson. Entenda as cinco fases da doença

Neurologista do Iamspe explica os principais sintomas e a detecção precoce

Quando os primeiros tremores das mãos começam a surgir, a primeira preocupação do paciente é com a doença de Parkinson. Entretanto, ainda que leves, nem sempre as mãos trêmulas são sinal da doença, que se manifesta também por outros sintomas, como lentidão ao falar ou baixo tom de voz, dificuldade de deglutir, ou prejuízo da postura, como desequilíbrio.

Quando esses sinais têm alguma causa identificada, o problema não é Parkinson, explica o neurocirurgião José Oswaldo de Oliveira Júnior. O médico que atua na área de Neurologia Funcional do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), gerido pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Estadual (Iamspe) de São Paulo, destaca que uma variável determinante para o diagnóstico é encontrar os motivos que provocaram os sintomas.

A doença de Parkinson é descrita quando ocorre o comprometimento de uma região do cérebro chamada Substância Negra, com perda acima de 75% dos neurônios.

Cinco etapas da doença e mitos

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são cerca de quatro milhões de doentes no mundo. A doença de Parkinson é a segunda patologia degenerativa, crônica e progressiva do sistema nervoso central mais freqüente no mundo. Perde apenas para a Doença de Alzheimer.

Algumas crenças não contribuem com o tratamento e até dificultam a busca para a fórmula correta de melhorar as condições do paciente. Uma delas diz respeito a alguns tipos de alimentos, que poderiam evitar o Parkinson. É mito.

Segundo o médico Oliveira Jr. alimentos ricos em proteínas costumam dificultar a absorção de medicamentos e podem ser associados à piora do quadro clínico.

É importante ficar alerta a partir do surgimento dos primeiros sinais até a evolução completa da doença, dividida em cinco etapas, conforme as escalas de Hoehn e Yahr:

Fase 1: tiques e tremores leves, de um só lado do corpo, alterações de postura, perda de equilibro, lentidão na marcha e perda da expressão facial. É importante consultar um neurologista.

Fase 2: progressão bilateral dos tremores, comprometimento da fala, maior dificuldade para andar, sentar, levantar, deitar, e aumento da rigidez muscular. A ajuda de profissionais auxiliares, como fisioterapeutas e fonoaudiólogos complementam o tratamento indicado pelo neurologista. Esta fase pode surgir em meses ou até anos após o início dos sintomas.

Fase 3: A instabilidade moderada avança com mais dificuldades de locomoção, desenvolvimento de atividades rotineiras, como se vestir ou se alimentar sozinho. O paciente começa a ficar dependente de ajuda, principalmente, por ficar mais sujeito a quedas.

Fase 4: A partir desta etapa, há um agravo dos sintomas incapacitadores. O paciente fica mais dependente para caminhar e realizar outras tarefas, com os movimentos mais comprometidos e podem surgir alterações de humor, com risco de quadros depressivos. Um psicólogo pode ser agregado à equipe multidisciplinar.

Fase 5: A fase de dependência integral impede que o paciente fique sem acompanhamento porque tem grande dificuldade para andar ou permanecer em pé. Geralmente, vive acamado ou faz uso de cadeira de rodas. Pode apresentar quadros de alucinação o que requer ajuda do psicólogo para identificar esses sinais, decorrentes, muitas vezes, por efeitos colaterais da medicação.

 

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