A felicidade das redes sociais realmente não dá para curtir.
Simplesmente porque não compartilhamos a vida como ela é. Postamos a vida que queremos mostrar. Nosso personagem feliz e realizado é quem aparece. Sempre sorrindo, sem problemas, rodeado de amigos, bebendo e comendo bem. O que esperar mais da vida além de likes? Acontece que esse não é o padrão da vida.
Esse mundo perfeito que alimenta os feeds e stories pode estar nutrindo a angústia de muita gente por meio de uma comparação equivocada. Claro, ninguém é feliz como parece nas redes sociais, mas o impacto na saúde mental das pessoas é bem verdadeiro.
“Todo mundo tem dias bons e dias ruins. Mas geralmente as pessoas postam apenas o que é bom. O que se enxerga são ‘fragmentos’ do outro. Quem está em um dia ruim, vai vendo os posts e pensando ‘como aquela pessoa é mais bonita que eu, como o outro viaja mais, como aquele tem mais dinheiro.’ E isso acaba gerando uma programação de inferioridade na emotividade de quem está fazendo a comparação. E ela sempre tende a achar que é inferior aos outros”, explica Daniela Londe, doutora em Ciências da Saúde da FacUnicamps.
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Segundo pesquisa realizada pela instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health, as taxas de ansiedade e depressão entre jovens de 14 a 24 anos aumentaram 70% nos últimos 25 anos. Ao todo, 1.479 participantes das pesquisas falaram sobre o nível de envolvimento com aplicativos como YouTube, X (Twitter), Instagram e Snapchat e como eles influenciavam em seus sentimentos. Nos EUA, 22% dos Millennials não têm nenhum amigo e 25% dizem não ter nenhum conhecido.
O resultado indicou que o compartilhamento de fotos pelo Instagram impacta negativamente no sono, na autoimagem e aumenta o medo dos jovens de ficar de fora dos acontecimentos. Cerca de 70% deles revelaram que o aplicativo fez com que se sentissem piores em relação à própria autoimagem e, quando a fatia analisada são as meninas, esse número sobe para 90%.
Para Jackeline Giusti, psiquiatra da infância e adolescência do Instituto de Psiquiatria da USP, o uso inadequado das redes sociais pode impactar negativamente na vida de adultos, mas sobretudo na de crianças e jovens. “Estudos mostram que as redes sociais desenvolvem maior irritabilidade entre crianças que utilizam mais de duas horas diárias. Isso pode acabar desenvolvendo sintomas depressivos, diminuição do rendimento escolar e diminuição de atividades lúdicas e esportivas, que auxiliam na saúde mental”, avaliou.
A comparação da sua vida com o que você vê nas redes sociais é constante. Se você se identificou com esse comportamento, cuidado! São sinais de que a sua presença nas redes sociais está excessiva e, junto a outros fatores, pode acarretar quadros de depressão e ansiedade.
A verdade é que conhecemos mais pessoas bem-sucedidas do que felizes. Afinal, se todo mundo é tão feliz, por que se vende tanto remédio para dormir? Por que será que os consultórios de psicólogos e psiquiatras estão tão lotados? E tanta gente se queixando de síndromes do pânico, ansiedade, insônia e depressão? Isso o Instagram não mostra.
Nenhum incêndio começa grande
Quanto antes impedirmos o crescimento desse problema, mais rápido será a solução. Como dizia Aristóteles, o caminho para a felicidade parte de suas escolhas, exercícios físicos, amor, amizade, comedimento e espírito comunitário. Veja que não tem beleza nem riqueza. Por que será? Não estou defendendo que você seja feio e pobre. Apenas que não precisa se sentir infeliz nessa situação.
Ainda lembrando de Aristóteles, escolha sempre o caminho do meio. Fuja dos extremos. Seja em relação ao uso de redes sociais, busca pela beleza, orientação política, uso de bebidas ou até na interpretação deste texto – ele, assim como você, não é perfeito. E está tudo bem.
Sobre Marcus Aragão:
Nascido em Natal, Rio Grande do Norte, Marcus Aragão é empresário, publicitário, formado pela ESPM em Redação e Criação Publicitária e fundador da Aragão Publicidade e Aragão Empreendimentos. Gosta das artes marciais sendo faixa-preta em Jiu Jitsu. Devido a um cisto, perdeu o baço e metade do pâncreas, o que não o impediu de conquistar o 3º lugar no campeonato Sul-americano pela IBJJF (International Brazilian Jiu-Jitsu Federation). @aragao01.
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