Paulista estressado- Neste Maio Amarelo, movimento 

por mais paz nas estradas, você diria que os paulistas são, no geral, pessoas gentis no trânsito? Se sua resposta for “sim”, saiba que ela muito provavelmente é uma exceção… e quem diz isso são os demais brasileiros.

 

É que os habitantes do estado acabam de levar o título de mais grosseiros nas ruas e estradas durante o novo estudo da Preply, que buscou investigar a comunicação de condutores e pedestres em todas as regiões do Brasil e constata: quando o assunto é agir de maneira hostil no trânsito, nem mesmo os fluminenses e baianos — que também aparecem na lista dos “sem-educação” — superam São Paulo, conforme destacaram 36% dos entrevistados.

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Isso porque, para entender o comportamento nas ruas, recentemente, pessoas de Norte a Sul foram indicadas a compartilharem suas experiências envolvendo a violência no trânsito, entre os insultos mais ouvidos, a frequência com que ouvem comentários agressivos e as atitudes que tendem a estimular discussões e brigas. Na contramão do comportamento paulista, segundo os respondentes, seriam três os estados com as populações mais gentis: Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. 

Intolerância no trânsito, uma experiência comum 

Bate-bocas excessivos, gestos obscenos para lá e para cá, buzinas exageradas… se existe algo que o estudo conduzido pela Preply apenas reforça é como, independentemente da região, a impaciência segue sendo uma marca das ruas e estradas brasileiras — característica que faz com que, a cada hora, cinco pessoas morram no país em decorrência de brigas de trânsito, como destacam dados recentes do Ministério da Saúde (DataSus).

Das experiências compartilhadas pelos entrevistados pela Preply, diversas são aquelas que envolvem situações de hostilidade entre condutores e pedestres: para se ter uma ideia, por exemplo, 7 em cada 10 respondentes relataram já ter presenciado agressões verbais no trânsito, percentual que muda para 48,4% quando o assunto diz respeito a ver situações de agressão física — das quais já foram vítimas 8% dos ouvidos na pesquisa.

Paulista é o motorista mais ignorante do Brasil

No momento da raiva, ao que indicam essas pessoas, as ofensas mais comuns parecem girar em torno de palavrões e xingamentos diretosgestos agressivos e comentários depreciativos sobre suas habilidades de direção, crítica mais recebida pelas mulheres (47%) que por condutores homens (45%).

Palavrões fazem parte do linguajar de 46% dos brasileiros 

Embora reconheçam a importância de trocas tranquilas durante um conflito no trânsito, boa parte dos entrevistados afirmam que isso nem sempre é possível, identificando problemas na própria comunicação com outras pessoas.

O uso de palavrões, por exemplo, foi apontado por 46% dos respondentes, que admitiram não dispensar termos de baixo calão para extravasar a própria irritação nas ruas e avenidas por aí. Para 6% deles, aliás, a linguagem chula não surge apenas vez ou outra em eventuais brigas, mas é algo que praticamente acompanha suas interações diárias com outras pessoas.

Recorrer a xingamentos, cabe dizer, ainda aparece entre as reações mais comuns ao se ouvir uma ofensa no trânsito, tendo em vista que retribuir insultos com novos palavrões foi eleito um dos principais comportamentos diante de uma discussão — mesmo com a maioria dos brasileiros enfatizando evitar qualquer tipo de confronto (64,4%) ou responder os “caça-briga” de maneira educada e calma (19,6%).

Entre gentis e mal-educados 

Mas, afinal, em um país com tantas ocorrências de intolerância no trânsito, de que forma pessoas de regiões diferentes avaliam os condutores e pedestres de outros estados nos quesitos gentileza e falta de educação nas ruas? Ou melhor, haveria locais no Brasil onde os residentes demonstram ter maior paciência no trânsito, na contramão dos muitos “brigões” espalhados por aí?

Atestando que sim, existem diferenças regionais para o comportamento no trânsito, segundo os entrevistados, seriam três os estados com o maior número de pessoas rudes nas estradas: São Paulo (36,2%), Rio de Janeiro (20%) e Bahia (6,6%), que lideram o pódio dos comportamentos mais indelicados ao lado dos habitantes do Ceará (3,2%) e Pernambuco (3,2%).

As populações mais gentis, por outro lado, estariam em dois estados nos quais as pessoas são comumente associadas a atributos como cortesia, etiqueta e organização: Santa Catarina (13,4%) e Rio Grande do Sul (12,6%), cujo título também se estende aos mineiros (10,8%).

Viriam entre os campeões na gentileza, logo em seguida, os condutores e pedestres do Distrito Federal (9%) e Paraná (10,8%) — este último tornando toda a região sul, na visão dos entrevistados pela Preply, aquela que mais tem dado bons exemplos nas ruas, avenidas e estradas.

“Uma boa comunicação durante a condução é crucial para a segurança”, comenta Sylvia Johnson, líder de Metodologia da Preply. “Seja paciente, use sinais gestuais quando necessário, aprenda os sinais de trânsito locais ao viajar e, acima de tudo, promova o respeito e a compreensão na estrada.”

Metodologia 

Para investigar detalhes sobre a comunicação dos brasileiros no trânsito, durante o mês de maio, foram entrevistados 500 brasileiros residentes em todas as regiões do país. Ao todo, os respondentes tiveram acesso ao total de 10 questões, que exploraram experiências envolvendo agressão verbal e física, o uso de palavrões nas ruas e estradas e as atitudes que costumam estimular conflitos entre condutores e pedestres. A organização das respostas possibilitou a criação de diferentes rankings, onde é possível conferir o percentual de cada alternativa apontada pelos entrevistados.

Sobre a Preply 

A Preply é uma plataforma online de aprendizagem de idiomas que conecta professores a centenas de milhares de alunos em 180 países em todo o mundo. Atualmente, mais de 40.000 tutores ensinam mais de 50 idiomas, impulsionados por um algoritmo de aprendizado de máquina que recomenda os melhores professores para cada aluno. Fundada nos Estados Unidos, em 2012, por três ucranianos, Kirill Bigai, Serge Lukyanov e Dmytro Voloshyn, a Preply cresceu de uma equipe de três pessoas para uma empresa com mais de 600 funcionários de 62 nacionalidades diferentes, com escritórios em Barcelona, Nova York e Kiev.