Quer trabalhar em Portugal em educação? Saiba como

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Apesar da alta empregabilidade em educação, Portugal já enfrenta escassez de professores. Segundo o “Monitor de Educação e Formação 2023”, publicado pela Comissão Europeia, há falta generalizada de docentes em Portugal. Em 2022, 32% tinham idade igual ou superior a 55 anos, bastante acima da média da União Europeia (UE) de 24,5%. E metade deles (49,7%) tinha mais de 50 anos, uma taxa muito superior à média dos países do bloco político-econômico (39,4%), e apenas 2% tinham menos de 30 anos (na UE são 7,5%), prevendo-se que a falta de professores se agrave nos próximos anos.

A boa notícia, porém, é que além desta situação ser uma oportunidade de trabalho para as pessoas que queiram atuar em educação, o mesmo relatório aponta que Portugal é um dos Estados-membros da UE com melhor taxa de empregabilidade na área educacional. Em 2022, 83% dos recém-diplomados em educação, entre os 20 e os 34 anos de idade, conseguiram trabalho de um a três anos após a conclusão do curso, acima dos 79,7% na média da UE.

Além disso, Portugal é a nação das 27 que compõem a UE detentora de uma das maiores taxas com crianças menores de três anos em educação e acolhimento (47,5%), muito acima da média do bloco político-econômico (35,7%). A taxa de matrícula no ensino básico é próxima de 100% e há grande demanda de profissionais para atuar nos demais três níveis do sistema de ensino português: infantil (infantário, em português lusitano), secundário e superior.

Para um brasileiro que queira se tornar professor titular do ensino público, é necessária aprovação em concursos, assim como no Brasil. Para a educação privada, o candidato é avaliado pelo seu currículo e as qualificações e experiências são muito valorizadas. Em ambos os casos, é preciso antes validar o diploma de forma gratuita pelo site da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES). Também é comum a contratação terceirizada de professores auxiliares ou assistentes para a rede pública. Desta forma, a atuação não exige aprovação em concurso, pois segue a forma de contratação do setor privado.

 

Curso de Técnico Auxiliar de Educação

Uma das melhores formas de ingressar profissionalmente em educação, em Portugal, é fazendo o curso de Técnico Auxiliar de Educação, da Academia eFuturo, uma das escolas portuguesas de formação profissional que capacita brasileiros para o mercado laboral. “Os auxiliares são profissionais que desempenham funções em diferentes contextos educativos, desempenhando entre outras de funções técnicas de apoio logístico às atividades de ensino, em estabelecimentos de educação de infância, creches e escolas do ensino básico e/ou secundário em Portugal”, explica Renata Maida Freire, diretora da Academia eFuturo no Brasil. O interessado pode iniciar o curso online, do Brasil, enquanto aguarda a concessão de visto de estudo que lhe dá direito também a fazer as aulas práticas e o estágio em Portugal.

Dividido em oito módulos, o curso traz em sua grade curricular as atribuições do auxiliar na educação; atuação em creches e jardins de infância; psicologia do desenvolvimento infantil; necessidades educativas especiais; expressão plástica e musical; expressão dramática, corporal e verbal; espaços, materiais e equipamentos, primeiros socorros; e higiene, saúde e segurança da criança. O formando também deverá participar de workshops presenciais em Lisboa ou no Porto para finalizar o curso. Para quem optar em morar em outras cidades, há a possibilidade de realizar os workshops à distância. Os wokshops propiciam a prática do conteúdo teórico e envolvem temas como o papel do assistente educacional no recreio; a diferenciação pedagógica e aprendizagem; o suporte básico de vida; os desafios de uma escola inclusiva; e estratégias de animação e acompanhamento de alunos.

Além de formar profissionais qualificados para atuar no sistema educacional lusitano, a eFuturo os apoia em processos de candidatura e entrevista a vagas oferecidas por estabelecimentos de ensino, em estágio ou já para posto de trabalho, por meio da rede de empresas com quem a escola mantém parcerias. “O estágio, por sinal, é feito em Portugal. Apesar de não obrigatório, ele é uma vantagem para os candidatos nos processos de recrutamento e seleção. Mas atenção: o estágio não costuma ser remunerado. Por isso, é recomendável ao aluno contar com recursos financeiros até a formatura ou mesmo até que encontre emprego. O investimento feito na capacitação profissional pode ser recuperado de um a três meses, após a efetiva contratação por uma empresa, dependendo do salário da função”, diz Renata.

Formada em técnica auxiliar de educação, a capixaba Ritiely Morais foi uma das beneficiadas pelo estágio. “Em novembro de 2022, consegui um estágio em uma escola particular de referência. Dois meses depois, foi contratada e atualmente trabalho em uma creche em Almada, perto de Lisboa, conciliando o trabalho de baby-sitter particular. Fazer o curso foi a melhor escolha desde que me mudei para Portugal. Ele abriu muitas portas e me permitiu fazer o que amo, com mais estabilidade financeira”, afirma ela.

A idade mínima de alunos dos cursos profissionalizantes é 18 anos e, para melhor aproveitamento, é recomendada a conclusão do Ensino Médio, equivalente ao 12º ano completo em Portugal. “Caso o interessado queira fazer o curso em terras lusas, seja na parte teórica e/ou prática (estágio), é importante antes, ainda no Brasil, providenciar o visto de estudo que, de quebra, dá direito a trabalhar em Portugal. Caso esteja já em Portugal, a alternativa atual é se regularizar justamente por meio do curso profissionalizante, como é o caso do curso de Técnico Auxiliar de Educação. Esta é a forma, inclusive, para estes casos, mais acessível de regularizar a sua situação legal em Portugal”, pontua Kelly Soares, advogada brasileira que mora e atua profissionalmente em Lisboa.

Importante ressaltar que as escolas profissionalizantes lusas não se responsabilizam por vistos, fornecendo apenas a prova de matrícula dos alunos que querem estudar em Portugal.

 

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