A partir de agora, mulheres de 40 a 49 anos poderão realizar mamografia no Sistema Único de Saúde (SUS) mesmo sem sinais ou sintomas da doença, mediante decisão conjunta com o profissional de saúde.
+ NOTÍCIAS NO GRUPO NM DO WHATSAPP
A medida revoga as barreiras que dificultavam o acesso desse grupo etário ao exame e aproxima o Brasil das recomendações das principais sociedades médicas do mundo.
SBM defende rastreamento desde 2008
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) considera esta medida uma vitória para a saúde da mulher brasileira. Desde 2008, a entidade recomenda que o rastreamento mamográfico seja iniciado aos 40 anos, em frequência anual, posição defendida com base em evidências científicas e na realidade epidemiológica do país.
“Há muitos anos a SBM luta para que as brasileiras tenham acesso ao rastreamento precoce a partir dos 40 anos. Cerca de 40% dos casos de câncer de mama são diagnosticados entre os 40 e 50 anos, o que mostra o quanto essa decisão pode salvar vidas. Esta é uma conquista de toda a sociedade e resultado de um trabalho persistente de sensibilização junto ao poder público”, afirma Tufi Hassan, presidente da SBM.
Entenda o que mudou na mamografia

Até então, o protocolo nacional de rastreamento recomendava a mamografia apenas para mulheres de 50 a 69 anos, com repetição a cada dois anos, independentemente de histórico familiar ou sintomas. Com o novo direcionamento do Ministério da Saúde, passam a valer as seguintes diretrizes:
•Mulheres de 40 a 49 anos: passam a ter direito ao exame, a partir de decisão conjunta com profissional de saúde, mesmo sem sinais ou sintomas.
•Faixa de 50 a 74 anos: segue com rastreamento regular a cada dois anos, mas agora com a faixa etária estendida até os 74 anos.
•Acima de 74 anos: a indicação será personalizada, considerando histórico clínico e expectativa de vida.
Segundo o Ministério, a ampliação de acesso para a faixa de 40 a 49 anos e a extensão até os 74 representam um convite para que mais mulheres realizem o exame regularmente, fortalecendo o diagnóstico precoce.
Ministério da Saúde destaca impacto
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou que a medida é uma prioridade para reduzir o número de diagnósticos tardios.
“Garantir a mamografia a partir dos 40 anos no SUS é uma decisão histórica. Estamos ampliando o acesso ao diagnóstico precoce em uma faixa etária que concentra quase um quarto dos casos de câncer de mama. Enquanto alguns países erguem barreiras e restringem direitos, o Brasil dá o exemplo ao priorizar a saúde das mulheres e fortalecer o sistema público”, destacou.
Compromisso contínuo da SBM
A SBM celebra o avanço, mas lembra que ainda existem desafios importantes, como ampliação do alcance, garantia de tecnologia de ponta e acesso universal aos medicamentos estratégicos.
“Comemoramos esta conquista, mas nosso compromisso é permanente. Seguiremos acompanhando de perto a implementação dessas políticas públicas, monitorando os indicadores de saúde mamária e cobrando sua efetiva regulamentação e inclusão no orçamento. Em saúde, não basta estar no papel, é preciso garantir que o acesso aconteça na prática, com qualidade e equidade para todas as mulheres brasileiras”, conclui Tufi Hassan.
Leia + sobre saúde